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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Alberto Osório de Castro


TEBEDAI


Bailemos, bailemos à luz do luar,
Que a vida não pára, lá vai passar.
Na sombras do verde gondão de mil braços
Já voam as moscas-de-fogo aos abraços.
Reparem! Lá dançam no luar as estrelas,
Sárão todo d’oiro, doiradas chinelas.
Era uma vez um malai português
Que em todo o batuque dançava por três.
Tanto bailou com as moças alegres
Tanto bailou que lhe deram as febres.
Tanto bailou e tornou a bailar,
Que até para a cova lá foi a dançar.
Bailemos, ao som dos sagueiros.
Não têm toada mis fina os ribeiros.
Suspiros das folhas do verde gondão,
Abraços e beijos, são do coração.
Bailemos, bailemos, à luz do luar,
Que a vida não pára, lá vai passar.


(Lahane, Timor, Junho de 1908).

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