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sexta-feira, 28 de março de 2008

Florbela Espanca

A Anto!

Poeta da saudade, ó meu poeta q´rido
Que a morte arrebatou em seu sorrir fatal,
Ao escrever o "Só"  pensaste enternecido
Que era o mais triste livro deste Portugal.

Pensaste nos que liam o teu Missal,
Tua Bíblia de dor, teu chorar sentido,
Temeste que esse altar pudesse fazer mal
Aos que comungam nele a soluçar contigo!

Ó Anto! Eu adoro os teus estranhos versos
Soluços que eu uni e que senti dispersos
Por todo o livro triste! Achei teu coração...

Amo-te como não te quis nunca ninguém,
Como se eu fosse ó Anto a tua própria mãe
Beijando-te já frio no fundo do caixão!

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