Google
 

segunda-feira, 31 de março de 2008

Sophia de Mello Breyner Andresen

Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Cantinuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão de bailar
as quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sem comentários: