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sexta-feira, 4 de abril de 2008

Florbela Espanca

 

Espera

Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!

Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera...espera...ó minha sombra amada...
Vê que pra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontrarás neste mundo!

1 comentário:

MN disse...

Outro de seus grandes poemas, em que sua dor , saudade, paixão é nítido em suas palavras, mas mesmo com dor, saudade e paixão não correspondia, paixão antiga, ela não quer que aquela sombra, a sua recordação, vá, prefere sofrer a lhe perder.

Márcia Neves