A JOSÉ ESTEVÃO
ADVERTENCIA
Escrevi estes versos para serem recitados em Aveiro, onde o grande orador abriu os olhos, e onde hoje repousa no mesmo chão em que descança o pae, aquelle honrado varão de Plutharco, que se chamava Luis Cypriano.
José Estevão está alli bem, ao pé dos que tanto amou, que ainda vivem, e ao lado de seu pae, que partilha, como elle, do profundo somno da morte.
A pomba que vem esvoaçar por entre os cyprestes, que dão sombra á sepultura, é a filha do admiravel improvisador, aquella Joanninha, anjo que no berço se assustou com as tristezas da terra, e bateu azas fugindo para o seio de Deus!
Publicando estes versos, tributo humilde, mas sincero e de muita saudade, á memoria do notavel genio, aproveito a occasião para agradecer ao primeiro poeta que hoje temos haver espontaneamente publicado, na sua sentidissima carta em resposta ao meu amigo Freitas d'Oliveira, os alexandrinos que apparecem n'esta breve composição, assim como as palavras de benevolencia que me dirigiu.
Lisboa, 16 de fevereiro de 1866. Bulhão Pato
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