Sebastião Artur Cardoso da Gama (1924-1952)
Poeta na vida e na obra, viveu na Arrábida a maior parte da sua vida. Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi aluno estagiário do Ensino Técnico (1947/1949) e depois professor em Setúbal e Estremoz. Se o seu Diário de professor tivesse sido escrito em inglês ou francês, já teria corrido o mundo a mensagem pedagógica daquele professor apaixonado pela sua missão. As páginas do Diário respiram um frescor e uma espécie de lúcida candura e inculcam um método(?) que impressiona o leitor(…)
(…) Ao seu primeiro livro de versos Serra Mãe (1945) segue-se o Cabo da Boa Esperança (1948). Se no primeiro, Serra Mãe, é a Arrábida, a beleza da serra, a serenidade das suas noites, os caminhos trilhados à luz do dia ou pela noite fora, o tema central, em o Cabo da Boa Esperança (1948) este tema alarga-se. É verdade que em Serra Mãe se exprime uma inquietação religiosa profunda que o atormenta, ao longo da vida. Mas a alegria, a esperança, a juventude sentida como uma dádiva dominam o livro (…)
(…) Os volumes póstumos, Itinerário Paralelo, Pelo Sonho é que Vamos, não alteram a imagem que os volumes anteriores deixavam no leitor. O Diário, que resultou do seu estágio no Ensino Técnico, é um livro admirável em que o dia a dia de um professor nos é contado. Segredo da sua arte de ser professor as duas frases (interrogação e resposta): “Tens muito que fazer? Não. Tenho muito que amar” (…)
In: Biblos - Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa - 1995
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