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quinta-feira, 3 de abril de 2008

Virgínia Vitorino

Quando te vi

A manhã era clara, refulgente.
Uma manhã dourada. Tu passate.
Abriu mais uma flor em cada haste.
Teve mais brilho o sol, fez-se mais quente.

E eu inundei-me dessa luz ardente.
Depois não sei mais nada. Olhei... Olhaste...
E nunca mais te vi... - Raro contraste ! -
A madrugada transformou-se em poente.

Luz que nasceu e apenas cintulou!
Deixou-me triste assim que se apagou,
às vezes fecho os olhos; vejo-a ainda...

E há tanto sol  dourando esses trigais!
Olhaste, olhei, fugiste... Ai nunca mais,
nunca mais tive outra manhã tão linda!

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