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terça-feira, 13 de maio de 2008

Luis Vaz de Camões

Ah, minha Dinamene assi deixaste

Ah, minha Dinamene assi deixaste
Quem não deixara nunca de querer-te!
Ah, Ninfa minha, já não posso ver-te,
Tão asinha esta vida desprezaste!


Como já para sempre te apartaste
De quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te
Que não visses quem tanto magoaste?


Nem falar-te somente a dura Morte
Me deixou, que tão cedo o negro manto
Em teus olhos deitado consentiste!


Ó mar! Ó céu! Ó minha escura sorte!
Qual pena sentirei, que valha tanto,
Que ainda tenho por pouco o viver triste?

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