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terça-feira, 13 de maio de 2008

Luis Vaz de Camões

Alma gentil, que à firme Eternidade

 

Alma gentil, que à firme Eternidade
subiste clara e valerosamente,
cá durará de ti perpetuamente
a fama, a glória, o nome e a saudade.


Não sei se é mor espanto em tal idade
deixar de teu valor inveja à gente,
se um peito de diamante ou de serpente
fazeres que se mova a piedade.


Invejosas da tua acho mil sortes,
e a minha mais que todas invejosa,
pois ao teu mal o meu tanto igualaste.


Oh! ditoso morrer! sorte ditosa!
Pois o que não se alcança com mil sortes,
tu com üa só morte o alcançaste!

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