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segunda-feira, 19 de maio de 2008

Manuel da Silva Gaio

Soneto de Amor

Ainda o mundo uma vez lembre, Senhora,

Aquele ermo abandono e sorte escura

Do verme que morreu na vã tortura

De certa Estrela amar - tão alta embora!

Porque desde que sinto, como agora,

Quanto de mim sois longe - Astro da Altura! -

Com sua inconsolável desventura

A minha já comparo, a cada hora.

Maior é, todavia, o meu quinhão

Na mágoa semelhante: se jamais,

De mudo,espalhou ele a próprio dor,

 

Inutilmente vara a solidão

A queixa que me ouvis, pois duvidais

De que eu também por vós morra de amor.

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