A NOSSA AMALIA E O POVO
A nossa Amália morreu
Nosso Povo estremeceu
Com tanto calor e frio
No céu entrou uma Fada
E uma canção magoada
Povo que Lavas no rio.
As avenidas e estradas
E as pedras das calçadas
Ficaram todas unidas
Os rapazinhos choraram
As andorinhas voltaram
Sempre de luto vestidas.
Os carpinteiros a correr
Foram todos para fazer
As tábuas do seu caixão
Os Anjinhos se juntaram
Os Santinhos se prostraram
Até Deus pediu perdão.
Desde a Rua de São Bento
Povo Unido, num lamento
Choravam lágrimas e prantos
Peregrinos de sandálias
Consagraram nossa Amália
E os Poetas eram tantos.
A Cidade de Lisboa
Desde Alfama à Madragoa
Desde a Estrela ao Rossio
Varinas de sete saias
Vê lá meu Povo não caias
Povo que Lavas no rio.
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