Escritora e poetisa, Maria Amália Vaz de Carvalho nasceu em Lisboa no dia 1 de Fevereiro de 1847 e faleceu, com pouco mais de 74 anos, no dia 23 de Abril de 1921. Casou com o poeta parnasiano de origem brasileira, Gonçalves Crespo, com quem colaborou intensamente na actividade política e literária.
Senhora de uma larga e profunda cultura e de um agudo sentido de intervenção, foi criadora de uma obra vasta e diversificada. O seu talento abrangeu a poesia, a ficção, o ensaio, a epístola, a crónica, a crítica literária, a biografia e o jornalismo.
Como intelectual e artista, conviveu com muitas figuras das letras portuguesas, destacando-se os nomes de Camilo, Eça, Ramalho Ortigão, António Cândido, Sousa Martins, Conde de Sabugosa, Junqueiro. Escreveu e publicou, com regularidade, variadíssimas obras das quais destacamos: "Uma Primavera de Mulher", "Arabescos", "Mulheres e Crianças", "Contos para os nossos Filhos" (em colaboração com Gonçalves Crespo), "Cartas a Luísa", "Cartas a uma Noiva", "As nossas Filhas - Cartas às Mães", "Cenas do Século XVIII em Portugal" e "A Vida do Duque de Palmela", considerada a sua melhor obra.
Quer na sua actividade literária, quer como conferencista, Maria Amália Vaz de Carvalho evidenciou sempre uma personalidade voltada para os aspectos sociais e pedagógicos, os quais, aliás, bem caracterizam a intelectualidade da sua época. Espírito aberto e emancipado, preocupa-a a educação e a integração social dos cidadãos. Debruça-se e bate-se, particularmente, pelo que hoje chamaríamos a "condição feminina".
"A mulher é um poder, é preciso aproveitá-la na obra comum da civilização". Esta frase resume, claramente, o pensamento que norteou a sua acção neste campo. Isso mesmo foi reconhecido pelo governo republicano que, em Março de 1918, data em que se comemoravam os seus 50 anos de actividade literária, determinou que Maria Amália fosse homenageada em conferências que revelassem o carácter eminentemente educativo da sua obra.
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