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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Mário de Sá-Carneiro

Ápice


O
reio de sol da tarde
Que uma janela perdida
Reflectiu
Num instante indiferente –
Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
subitamente


Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva...
– E não poder adivinhar
– Por que mistério se me evoca
– Esta ideia fugitiva,
– Tão débil que mal me toca!....


– Ah, não sei porquê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projecção atravessou...


Tanto segredo no destino de uma vida ...


É como a ideia de Norte,
Preconcebida,
Que sempre me acompanhou...

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