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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Mário-Henrique Leiria

A serpente carnívora

O amor feito de noite
ao som metálico
de uma orquídea vermelha
é a estrada uivante
que se enrosca em tranças
de animais marinhos

Quando do horizonte mecânico
descem as panteras
quando do lugar solitário
vêm os sete anões meio-devorados
quando do fundo dos pegos
sobem as borboletas carnívoras

Então o grande amor mágico
entra na cidade errante
e abraça todas as
ruínas de silêncio-paranóico

Então tu vens toda de negro e cio
tu vens ter comigo
e vamos os dois
no centro do Grande Círculo
construir pontes de dentaduras
e ouvir as canções dos
Príncipes Saturnianos
Três serpentes três serpentes TRÊS SERPENTES

Bem no meio da ORQUÍDEA-REI
no meio da ORQUÍDEA MACHO-FÊMEA
No porto dos veleiros naufragados
e nos olhos dos vegetais monstruosos

TRÊS SERPENTES

Feitas de amor
feitas de magia
feitas de ti e dos cães com cara humana

TRÊS SERPENTES

Feitas do Grande Cio Universal
onde não há portas

Os teus olhos
são a COLOSSAL PIRÂMIDE
por onde sobem vermes.

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