Google
 

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pedro Homem de Mello

NÃO CHOREIS OS MORTOS

Não choreis nunca os mortos, esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer, à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos, adormecidos.


E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos,
Agonizar…guardai, longe as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras,
Para os que vivem, mudos e vencidos.


Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos,
Da multidão sem fim dos que são vivos,
Dos tristes que não podem esquecer.


E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.

Sem comentários: