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segunda-feira, 2 de junho de 2008

João Rasteiro

Canto


Ouço o mar uivando nas fissuras da pele
das vértebras escorre uma linfa imaculada
todos os passos conduzem à inclinação do tempo
o silêncio de marfim na carne masculina
no sabor da noite o riso das cinzas
o cheiro espesso dos sonhos esquecidos
hipnotizados pela música do orvalho
aparecem e afastam-se e regressam no corpo cozido.


[A respiração das vértebras, 2001. pág. 19]

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