Rodeada de mar, convoco o límpido diálogo
Rodeada de mar, convoco o límpido diálogo
dos abismos, para gritar, com Ulisses,
o desejo de ser livre e mortal.
Haviam, assim dizem, uma tempestade em sua boca.
As sereias tomavam-lhe o pulso dos sentidos,
como sulcos de aves no contorno da luz.
A música das marés enfurecia seu sexo.
Contra os rochedos, morriam as gaivotas
enlouquecidas de prazer.
Mas, os deuses fixaram-se no litoral da eternidade,
para lhe indicarem o caminho da morte,
porque ele era, apenas, um homem,
com uma ilha escondida na memória.
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