Apenas do amor quero tão alto preço
do mais pouco ou quase nada peço
dias há em que o verso pede rima
como este a querer o que estima
e que não direi; pois que a vida
se se sente desordenada
ou em ardor que começa e finda
imprevisível em cada coisa e nada
ninguém assim o determina.
Apenas de quando em quando vestígios
por entre duas cidades, dois rios
um a norte, outro a sul que te imagina
ou balouça ou adormenta se o penso
querer dizer aqui o que não posso
Tumulto, Pág. 19
Um outro assunto isento
queria aqui deixar.
Por exemplo.
Levanto-me cedo, tomo o pequeno almoço
fumo um cigarro, ou quantos?
Depois de pronta desço
das escadas os três lanços.
E logo em baixo café, tabaco, jornais.
Inusitado no poema –
queriam um lírio, uma açucena –
e não coisas tão banais?
Tumulto, Pág. 57
Eu só de luz me sustento
de corpos, rostos irradiantes.
Chega de coisas baças.
Mas adiante.
Apenas quero das horas
o instante
a cada instante.
Tumulto, Pág. 67
Se Deus com um sinal viesse
se em ti me prolongasse
a luz seria toda a luz
que nos merece
Se Deus ou quem por ele
em ardor nos encontrasse
apenas o que em nós
é corpo e desejo de súbito
todo o amor seria
tempestade, acalmia.
E se Deus for corpo
se Deus for ave, te envie
em um sopro, o que me cabe
dizer-te algum dia, quem sabe.
Tumulto, fora de texto
1 comentário:
Olá tudo bem?
seu blog está sendo presenteado com selos do Blog do Valter Poeta
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abraços
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