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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fernando Guedes

O Caule

Cinzentas procuras interceptam

o paralelismo recusado.

Sem preferência de ritmo

as fotografias dividiram entre si

os intervalos do tempo. Duas.

No caminho vãos destinos se buscam.

Só a molécula resiste, a flor aberta,

o caule perfumado, a raiz vigorosa.

onde a raposa construiu o seu covil,

a folhagem criada para o abrigo do mocho,

a inteira floresta, espinheiros e buxo,

o labirinto,

o eco da canção antiga,

ingênua e tão distante.

E do eco, do bosque, do labirinto, da flor aberta

se nutre de novo o movimento.

Os símbolos perfilam outro símbolo.

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