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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Alexandre Vargas

 

ERA UM DIA DE OUTONO NEVOEIRO...

Era um dia de outono nevoeiro,

eu caminhava ao longo de uma costa

por mar batida, num carreiro,

depois de fazer parar a mala-posta.

Um pouco afastadas da falésia

algumas árvores meditavam ao ar livre,

aproximei-me: logo ali, sob uma delas,

encontrei a folha que faltava no meu livro.

Tratava-se de um volume de epístolas

arrumadas entre cartas de jogar,

cerrado ao peito como uma pistola

ás de copas recolhi para disparar.

A noite ia passar naquelas bandas,

já lobrigara estalagem o cocheiro

marcara quarto simples na “Old England”

de cuja ceia rescendia sóbrio cheiro.

Depois da janta adormeci sobre a lareira

de “whiskey” e charutos carta ao fogo,

logo para a mesa estalajadeira,

refeito, me conduziu a novo jogo.

O cocheiro dormia agora a sono solto

bebidas “pints” outro ás ganhava belo

sonhei que partia para o monte

a câmara rubra levou ela contarelo:

“Arcelo, Arcelo,

deita o teu cabelo

cá abaixo de repente,

quero subir imediatamente!”

 

Era uma narrativa popular

que subia, à torre subia e subia

o tempo a desenrolar-

-me a estalajadeira e o fâmulo na via.

(1999) – Tirado do Site Oficial

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