Google
 

segunda-feira, 20 de abril de 2009

António Cabral

 

A Solidão

(O Isolamento da Condição Humana) II

Vem, meu amor. Estamos
numa terra de paz.
Aqui somos irmãos
daquela cotovia.

Esquecidos de tudo,
esquecidos da morte,
acendemos no tempo
o lume original.

Meu doce amor, a chama
branca, muito branca,
que se ateia, enleia
o que resta do mundo.

Somos livres. A vida
recupera as origens.
Que bom é estarmos sós
nas muralhas da luz!
Que bom é confundir
as mãos com as urtigas
e dizer: Oh Senhor,
obrigado por tudo!
          


in Quando o Silêncio Reverdece

Sem comentários: