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quinta-feira, 2 de abril de 2009

António Cabral

Quatro poemas sobre o diálogo

I

Gostaria de chegar a um país
onde as pessoas naturalmente
estendessem bem as palavras
para que elas se pudessem ver
por dentro com sua pele de estar
devidamente limpas sua mesa de pinho
e as intenções e os gestos abrindo-se
com as flores numa jarra bonita
Não odeio ninguém por isso mesmo
quero que toda a gente me olhe
com naturalidade embora os olhos
não sejam evidentemente porta-chaves

in Quando o Silêncio Reverdece

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