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terça-feira, 29 de abril de 2008

Pedro Laureano Mendonça da Silveira

ELEGIA, QUASE


Defronte da minha janela
o vento agora embala
as flores lilases dos jacarandás.


A tarde cai, cansada,
e não sei porquê
de repente lembrei-me
que foi numa tarde como esta
sob uma brisa morna
que nos dissemos adeus.


No entanto não recordo
se havia flores ou simplesmente
era a tarde, sem paisagem nenhuma.


O que ainda sei é o teu vulto
emoldurado no sol -
e depois a casa
onde já não vive ninguém.


Tantas casas desertas
e tantos rostos para sempre inencontráveis.

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