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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Natália Correia

SINAIS QUE NO AMOR SE ADIANTAM

No teu olhar se esfuma e desvanece
A cidade onde o corpo por enquanto é preciso.
É quano a outra face do luar aparece
E o balir das ovelhas tem o som do meu riso.

Para tapar meu seio já nenhum astro tece
A roupa com que outrora saí do paraiso.
O pudor é da terra. Só por isso anoitece
E a nudez dos amantes é não darem por isso.

A semente do filho que em nós amadurece
Trouxe-a no bico a pomba que o seu reino prepara.
Por isso na cidade já ninguém nos conhece
Pois que ambos trazemos esse filho na cara.

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