ADVENTO
À meia-noite um assobio
de cristal o anunciava.
Lourinho de ovos em fio
o seu cabelo soltava
na mesa para que nas bocas
recém-nascidamente fosse
a Eternidade resolvida
em metáfora de doce.
Bilingue de céu e terra
num favo de luz impresso
era tão fácil de ler
que nele aprendi os versos.
Espirito amorado em flor
sem punhado de palhinhas
orvalhava era o licor
santo da sua mijinha.
Natal agora na alma
é infancia a rapar frio.
Enjeita-a o destino. Ai,
que se partiu o menino
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