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quarta-feira, 4 de junho de 2008

João Penha

A Trindade Coelho

 

Quando eu fazia trovas, nessa idade

Em que a vida é sonho de poesia,

Fiz-lhe versos de amar, em que a dizia

Um lírio branco, a flor da castidade.

Era junto ao Penedo da Saudade

Que eu muitas vezes, perpassando, a via:

Lá era o ninho. Assim a cotovia

O faz longe, bem longe da cidade.

Quanto eu a amava então! Em ânsia ardente

Eu só tinha um desejo: o da conquista

Daquela virgem pura, anjo inocente!

Certo dia, em que a vi, fui-lhe na pista,

E logo, aproximando-me tremente:

– «Onde vai?» – perguntei. – «Vou à revista».

 

Viagem por Terra ao País dos Sonhos

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