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quarta-feira, 4 de junho de 2008

João Penha

CONSOLAÇÃO

A um poeta lírico


Não sucumbas assim. A noite escura
Sucede a luz da aurora e o sol radioso:
Suspende as mágoas do violão choroso,
O lamento dos tristes sem ventura.


Limpa as fezes do cálix da amargura,
E, com vinho dum pâmpano gostoso,
Ergue um brinde ao amante venturoso
Da mulher que adoravas com loucura.


Nem outra vez me digas que na munda,
Ou na voragem das perdidas gentes,
Não há sofrer maior, nem mais profundo.


A terra é o grande val dos descontentes!
Oh! se tu visses num festim jucundo
A mágoa dum gastrónomo... sem dentes!



Rimas

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