Com um barco descansando em meu peito,
releio narrativas de viagens.
Prolongo o trajecto de Ulisses, para que não encontre Ítaca
e divague, sem bússola, sobre o meu desejo.
Rodo, na língua, palavras solitárias e aguardo
toda a luz que antecede a madrugada, para falar
da peregrina ausência de teus olhos; para contar
teus caminhos sem pátria, tão a sul dos sentidos,
tão por dentro da solidão murada do silêncio.
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