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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Gentil de Valadares

A BAÍA DE LAGOS

 

À tarde, quando o Sol, pintor de génio,

Fecha o seu leque d’oiro na Baía,

Tornando-a no fantástico proscénio

Que a todos nós encanta e extasia;

À tarde, quando a massa de oxigénio

Volatiliza a cor em fantasia,

E uma fracção da hora vale milénio,

Tal a beleza, o sonho, a poesia;

À tarde é que as traineiras vão ao mar,

Os hélices atrás, ron-ron, levando-as

Ao ritmo das ondas a espumar...

Telas maravilhosas!... Eu, olhando-as,

Mergulho noutro mundo o meu pensar,

No fundo da minh’alma retratando-as.

 

GV, in Algarve Limiar do Paraíso, 1981

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