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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Alberto Osório de Castro

À CASUARINAS DO CEMITÉRIO DE DILI


Sonho escuro dos mortos embalai,
Prece das casuarinas!
Vozes vagas dos mortos, ciciai
Nas folhagens franzinas!
Já no céu, resplandece esmorecendo
A púrpura do dia.
Passa a aragem do pântano gemendo
Na romagem sombria.
Que murmuram as bocas das raízes
Aos mortos a sonhar?
Que lhes dizes, ramagem? Que lhes dizes,
A reza e a embalar?

(Lahane, Timor, Abril de 1908).

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