NA MÍSTICA ESCADA
Roseiral bravio.
Onze fantasmas se debruçam
da corola das rosas;
suspendem-se nas pétalas
ternuras satisfeitas;
mãos de seda
ensanguentadas se afastam.
Segundo o modo da culpa.
Segundo o modo da culpa
se estenderá a excomunhão
ou o castigo.
Vibram indícios.
Ramos já secos
serão fogo no seu tempo.
Da chama, do calor doméstico
renascerão os esguios vultos,
como um crime.
Secretos consoladores,
Irmãos anciãos e sábios
consolem seu irmão excomungado.
Das rosas deliciosas,
da densidade verde da folhagem,
da beleza, do perfume,
escorre vício.
Só ao sinal do peregrino
os monges falam.
Da corola das rosas
ascende uma fonte de mistério.
Doze degraus a separam da terra.
1 comentário:
belíssimas palavras, parabéns!
beijos
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