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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Alberto Osório de Castro

 

Tankás E Kai-Kais

Ó pobre como te abrigas

Com rios de lés a lés!

Ai casitas das formigas

Nas chuvas do quinto mês.

É uma nevada

De flores... Não, lá vem ver-me

A minha amada!

Quisera dar-te um colar

Enfiando todas as lágrimas

Que me tens feito chorar.

Ao vir do outono,

Ao vir da tarde,

Minha alma chora.

Sentem-se as folhas

Cair lá fora.

Uma maneira há somente

De neste mundo viver

Que possa satisfazer:

É viver-se tristemente.

É o outono. A avesita

Que voa só, além,

No céu tão carregado

Olha-a triste também.

À luz vermelha da tarde

O repuxo é brasas, arde.

Lábios de amante,

Flor rubra e fria.

Um pavão branco

A manhã de invernia

Riso da sua boca, vai voando,

Vai-te poisar no cerejal em flor.

Vem, aroma vermelho, fino e branco,

Vem perfumar meu coração de amor

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