Ó pobre como te abrigas
Com rios de lés a lés!
Ai casitas das formigas
Nas chuvas do quinto mês.
É uma nevada
De flores... Não, lá vem ver-me
A minha amada!
Quisera dar-te um colar
Enfiando todas as lágrimas
Que me tens feito chorar.
Ao vir do outono,
Ao vir da tarde,
Minha alma chora.
Sentem-se as folhas
Cair lá fora.
Uma maneira há somente
De neste mundo viver
Que possa satisfazer:
É viver-se tristemente.
É o outono. A avesita
Que voa só, além,
No céu tão carregado
Olha-a triste também.
À luz vermelha da tarde
O repuxo é brasas, arde.
Lábios de amante,
Flor rubra e fria.
Um pavão branco
A manhã de invernia
Riso da sua boca, vai voando,
Vai-te poisar no cerejal em flor.
Vem, aroma vermelho, fino e branco,
Vem perfumar meu coração de amor
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