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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Filinto Elísio

Tem a Virtude o Prémio

Tardio às vezes, sempre merecido,

Tem a Virtude o prémio aparelhado

Ao profícuo talento, ao peito honrado,

Que do dever o stádio tem corrido.

O Sábio, que dos louros esquecido

Só no obrar bem os olhos tem cravado

Inópino também se acha c'roado

Por mãos sob'ranas c'o laurel devido

Útil à Pátria seja, as paixões dome,

Seja piedoso, honesto, afável, justo;

Que no futuro o espera ínclito nome.»

Assim falou Minerva ao Coro augusto,

Pondo no Templo do imortal Renome,

De glória ornado, o teu prezado Busto.


Filinto Elísio, in "Sonetos"

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