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sábado, 28 de março de 2009

António Botto

 

Cinco Réis de Gente

Cinco réis de gente

Vai sempre na frente

Dos outros que vão

Cedo para a Escola;

Corpinho delgado,

O olhar mariola,

- Belos os cabelos,

Quantos caracóis!

Mas as mangas rotas

Nos dois cotovelos

São de andar no chão

Atrás dos novelos!

Nos olhos dois sóis

Que alumiam tudo!

A mãe, tecedeira,

Perdeu o marido,

Mas vive encantada

Para o seu miúdo!

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