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sábado, 28 de março de 2009

António Feliciano de Castilho

Quão grande, meus amigos, não era o Povo em que um Poeta podia dizer isto, sem medo de que o mundo, nem a posteridade, o desmentisse!

E nós também, nós, os Portugueses, já houve um tempo, em que pouco menos fomos.

Ouvi como o nosso Camões o cantava:

Mas em tanto que cegos, e sedentos
andais do vosso sangue, ó gente insana,
não faltarão cristãos atrevimentos
nesta pequena casa Lusitana.
De África tem marítimos assentos;
é na Ásia mais que todas soberana;
na quarta parte nova os campos ara,
e, se mais mundo houvera, lá chegara.
Hoje... que são aquela Roma, e este Portugal?
Roma pereceu. Portugal, se não agoniza, enferma gravemente.
Mas para Roma não há já esperança; para nós há ainda uma. Sabeis qual?
Sois vós, vós mesmos, vós unicamente, ó Lavradores.

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